07 Julho 2023
"Francisco convoca toda a Igreja a deixar-se interpelar e refletir sobre o papel de cada cristão e cristã que se coloca como seguidor e seguidora de Jesus num espírito de comunhão, diálogo, participação e testemunho, e assim perceber que este é caminho de sinodalidade que Deus espera da Igreja", escreve Renato Correia Santos, jesuíta, graduado em Direito e estudante de filosofia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE, de Belo Horizonte. É colaborador do Programa MAGIS Brasil – Rede Inaciana de Juventude da Companhia de Jesus.
Um processo de "caminhar juntos", escutando diretamente todas as expressões do povo de Deus, colhendo das bases das comunidades, dos grupos e movimentos, pastorais, dos não católicos e da sociedade em geral, as impressões, testemunhos e partilhas de vida referentes à essencialidade da Igreja é o que se pretende refletir o próximo Sínodo dos Bispos marcado para acontecer no segundo semestre de 2023.
Francisco convoca toda a Igreja a deixar-se interpelar e refletir sobre o papel de cada cristão e cristã que se coloca como seguidor e seguidora de Jesus num espírito de comunhão, diálogo, participação e testemunho, e assim perceber que este é caminho de sinodalidade que Deus espera da Igreja.
É preciso tomar consciência da necessidade urgente do ouvir, dialogar, para assim sensibilizar as pessoas no cotidiano da vida em assumir a fé verdadeira, comprometida com a causa do Reino de Deus. Sair de uma fé infantil, superficial, para uma fé mais encarnada e comprometida.
A Igreja é chamada a fazer uma profunda revisão de vida e da sua ação evangelizadora para assim, diminuir os sofrimentos, aumentar a esperança, chamar as pessoas de boa vontade para construir um mundo mais justo, solidário, sinal do Reino de Deus acontecendo no meio de nós. É preciso compromisso em fazer esse processo junto às pessoas, principalmente daqueles que estão a frente da Igreja, principalmente ao do seu magistério.
A realidade do povo de Deus não é fácil. Nos deparamos com um povo que tem muita “sede”, com desejo de busca, porém a falta acompanhamento, formação e articulação compromete a missão. Há boa vontade das pessoas, desejo de querer mais, de saber mais, mas os grupos têm dificuldades para caminhar, pois falta clareza do seu papel na vida de comunidade.
Neste sentido, precisamos formar pessoas, seja qual for o ministério eclesial, para contribuir com um horizonte de uma Igreja onde todos somos comprometidos a viver os ensinamentos do Senhor e professar a fidelidade e comunhão de vida com Ele. Todos somos convocados para assumir com coragem a caminhada de revisão que deixa o Espírito de Deus guiar a Igreja. Despertar para um caminhar sempre juntos em oração, escuta, reflexão, estudo, diálogo, inspirado pela força e alegria do Evangelho, na busca de traçar novos rumos para superar as dores da humanidade, recuperar a fraternidade, fortalecer a Igreja, sinal, Sacramento da presença de Jesus no meio de nós. Todos somos convidados a escutar uns aos outros para ouvir os impulsos do Espírito Santo, que vem para guiar os nossos esforços humanos, dando vida e vitalidade à Igreja e conduzindo-nos a uma comunhão mais profunda para a nossa missão no mundo.
Essa é a Igreja do Cristo, que sonha e deseja: Comunhão, Participação e Missão.
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Por uma Igreja Sinodal: caminhando como Povo de Deus. Artigo de Renato Correia Santos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU